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quinta-feira, junho 21, 2007

Hábitos de árbitros

Ontem foi publicada num jornal desportivo uma longa entrevista com o árbitro Pedro Proença, considerado o melhor da época para os organismos desportivos.

Entre uma série de considerações, umas mais interessantes que outras, chamou-me a atenção um episódio que terá sucedido em Viseu num curso de formação para os árbitros de top nacional.

Segundo Proença, nesse encontro formativo, os árbitros terão sido avaliados através de um teste escrito. Para qualquer português que passou para escola, um teste escrito de avaliação é uma prova individual onde existem duas regras básicas: não levar cábulas e não copiar. Atire a primeira pedra aquele que nunca recorreu a um deste meios ilícitos em momentos de avaliação nos tempos de juventude.

É claro que, quando o professor nos apanhava, o teste era imediatamente anulado e o faltoso convidado a sair da sala, vulgo "ir para a rua".

Ao que parece, o árbitro Olegário Benquerença terá sido apanhado a copiar, juntamente com outro árbitro não menos conhecido mas cujo nome não me recordo, durante o tal exame efectuado em Viseu, pelo que terá sido convidado pelos formadores a assumir o seu comportamento. Qual não foi o espanto quando todos os árbitros se terão solidarizado com o cábula, manifestando o seu apoio de imediato e pactuando com a falta de decoro de Olegário, fragilizando a posição daqueles que orientavam o exame.

É público que a arbitragem portuguesa já viveu melhores dias, como também é público que nesta temporada se registaram algumas melhorias, que não neste juiz de Leiria (ou em João Ferreira, que validou aquele que foi o ex-libris da vergonha na Liga 06/07).

É bom que haja solidariedade no sector da arbitragem. O problema começa quando essa solidariedade se dirige ao culto da mediocridade.

Quando são os próprios árbitros a não quererem ser avaliados, quando são os próprios árbitros a fazerem batota em algo tão simples, é sinal que todo o cuidado é pouco no que respeita às batotas que possam existir noutros locais, nomeadamente dentro das quatro linhas.

Esperemos que aumente o carácter a cada vez mais árbitros já na próxima época e que, pelo menos alguns, demonstrem que querem fazer parte da regeneração do futebol português.

MdG

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