Mister Bento
Muito positiva a entrevista de Paulo Bento ao Trio d'Ataque. Fugindo aos lugares comuns habituais deste tipo de programas, conseguiu ter o debate sempre na mão, demonstrando por explicações racionais e lógicas aquilo que faz dele um dos melhores orientadores da actualidade. Muito lúcido esteve ao assumir que um treinador depende de resultados. Foi isso que sucedeu a meio da época, onde se viveu um ambiente de muita crispação entre a massa associativa, sobretudo após a euforia ante o Inter e a aterragem na realidade pós Spartak. Todas as opções técnico-tácticas muito bem explicadas. Há quem tente transformar a entrada de Tonel a 4 minutos do fim na Luz num pequeno drama, mas quanto a mim foi muito bem ponderada e cuja explicação veio agora complementar a minha ideia: nos últimos minutos as bolas paradas podem assumir relevâncias especial e o que estava em disputa era o segundo lugar que já era nosso. Apenas um aspecto negativo: nem o entrevistador nem os 3 comentadores assumiram que, para além da rotatividade com elevado sucesso nas primeiras doze jornadas e da estabilidade do onze nas últimas dez, a parte central da temporada ficou marcada pelas lesões que empurraram para fora alguns jogadores que vinham assumindo com convicção o seu papel dentro da equipa. Quanto ao mais, o técnico assumiu aquilo que todos já sabíamos de antemão, inclusivé que o sistema de 352 foi uma opção válida cujas bases estão lançadas para um futuro próximo.
Por fim, é admirável que a nossa Academia não só produza os melhores jogadores portugueses como também está confirmado que fabrica os melhores treinadores da actualidade.
MG
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