Vamos a votos

FSF não é um homem perfeito. Longe disso. Talvez o seu principal defeito seja o mesmo da generalidade dos homens que por aí andam: tem interesses próprios a defender. Não é grande comunicador. Não é simpático. Tem a altura do ponta de lança que tanta falta nos fez este ano. Mas então porque é ele a melhor alternativa para os próximos anos?

Tudo teve origem na tão famigerada AG do Atlântico. Qualquer consócio percebe o seguinte: o acto de demissão dependeu apenas e só da vontade do próprio. O acto de eleição depende de nós, os sócios.

Depois, vem a rotura com o passado.

Quem aprecia o seu programa eleitoral, quem vê as pessoas que o acompanham, percebe que há uma grande viragem em relação ao anterior elenco directivo, a começar pelo futebol. Se há alguém que tem e merece credibilidade entre os mais de 83.000 sócios leoninos é o nº 5.688 e o nº 10.840.

Antes de mais nada, sabem o que é ser campeão nacional! Ribeiro Teles e Bettencourt já mostraram trabalho a nível de contratações, acompanhamento de equipa, relação com balneário, visão de futuro. Ambos terão de comandar a SAD.Em seguida, o futebol. O Nosso SCP é futebol, respira futebol, vive o futebol. Sem esta modalidade, seríamos semelhantes a um Lisboa Ginásio Clube, por exemplo. É dela que todos vivemos. Os mais de trinta mil que compraram a Gamebox não foi para ver outra coisa senão a redondinha a andar daqui para ali.

O Programa de FSF propõe incrementar a aposta na formação de talentos e contratar poucos, mas bons reforços. Mas para isso é necessário que haja capital. A venda de património não-desportivo é fulcral. Não faz sentido que o dinheiro por todos nós gasto com a Gamebox ou quotas vá em grandes quantidades para financiar a Equipa dos Juros (como já alguém chamou) em detrimento de investimentos humanos em atletas.

Se voltássemos 11 anos atrás, eu iria a AG apresentar o seguinte projecto: Caros consócios, temos um estádio obsoleto. Não temos local digno para treinos. Proponho construir uma Academia de top e um Estádio UEFA 5 estrelas. Bem sei que não temos dinheiro para financiar. Como tal, vou ordenar a construção de alguns edifícios adjacentes ao futuro José Alvalade de modo a que, uma vez construídos, possam ser vendidos e permitirem um belo encaixe para pagar o novo recinto para o futebol.

A eventual alienação de imobiliário e a subsequente entrada de um parceiro estratégico para a SAD são medidas fundamentais para o orçamento do futebol ser superior aos actuais parcos 16 milhões de euros. Quem quer bons jogadores, ao nível de Hugo Viana, Rochemback, Barbosa, Acosta, Schmeichel, Jardel, Enakarhire, Ronaldo, etc., precisa de dinheiro. É simples. Dinheiro e competência: quem não se recorda da troca de Spehar, Mpenza e Horvath por Mário Jardel?...

Sou ainda favorável ao ecletismo, mas um ecletismo de século XXI. Há 20, 30 ou 40 anos a maioria do desporto em Portugal era amador ou semi profissional. É frequente verem-se futebolistas até dos anos 80 a viverem com parcos recursos. O único aspecto que discordo de FSF é o relativo à construção de um pavilhão com bancadas. Aqui, ao contrário do Estádio de Futebol, julgo ser preferível a opção de um municipal. Estádio Municipal não; Pavilhão Municipal, sim. O Ecletismo mantém-se vivo. São tantas as modalidades, desde o Horse-ball à natação ou futsal, quem confesso não ser capaz de enumerar as mais de 20 modalidades praticadas no Multidesportivo e afins.

Espero ainda que esta seja a assembleia eleitoral mais concorrida de sempre. Desejo que o mesmo suceda com todas as AGE's subsequentes.

Marquês de Gondomar