Esta noite, AG

Há uma situação que ainda não entendi. Como é que os candidatos assumidos, até hoje, à presidência do nosso SCP - falo do Dr. Dias Ferreira, Dr. Sérgio Abrantes Mendes e do Dr. Guilherme Lemos - conseguem estar em sintonia em relação à proposta levada hoje a votos na AG. Espero logo escutá-los com muita atenção, pois eventualmente as suas angústias poderão ser as minhas.

Não estive presente na AG há cerca de 12 anos que aprovou a construção do Novo Estádio, da Academia ou da Sede. No entanto, concordei com as opções ali tomadas, pois parecia-me que o velho José Alvalade era bastante incómodo e que as nossas escolas e plantel principal precisavam de um local de qualidade para melhor desenvolverem o seu trabalho.

Claro que percebi logo que o dinheiro não cairia do céu e que, como qualquer família que compra um andar e hipoteca-o, também nós SCP iriamos ficar durante anos e anos a pagar aos bancos a bela da prestação mensal. Pensei também que o mesmo sucederia com os nossos principais rivais, benfica e oporto.

Não contava que o benfica andasse a carregar a casa às costas anos a fio, mas isso reflectiu-se nos resultados, pois o campeonato da época transacta terá de ser agradecido ao célebre manifesto da segunda circular que teve como corolário principal a benfica ser levado ao colo sem que alguém se importunasse contra tal, a fazer lembrar as velhas tácticas do clube da invicta que teimava sempre em andar de braço dado com um grande de Lisboa enquanto guerreava o outro.

Também não contava com a construção camarária de um centro de estágios em Gaia, que de acordo com reportagem da revista Visão publicada há algum tempo, apenas resulta num encargo mensal para o fcp de cerca de 500 euros, enquanto que os contribuintes suportam as restantes despesas.

Entretanto o Projecto Roquette foi avançando e sofrendo desvios. Tenho bem presente que, de facto, aconteceram várias mudanças na presidência do Clube - e também, por tabela, da SAD - que fizeram mudar o rumo, consoante as susceptibilidades do líder.

O que não tenho dúvidas é que a situação será má para qualquer um dos três candidatos já assumidos, caso a AG de hoje não aprove a proposta da direcção. Ou será que os actuais corpos gerentes não gostam de futebol e andam a brincar aos legos?

Um facto ainda ninguém levou em conta: pode a proposta de alienação de património não desportivo ser aprovada e posteriormente na Assembleia Eleitoral o clube mudar de directores. Uma coisa não invalida a outra. São decisões distintas.

Marquês de Gondomar