Bom senso e bom gosto

Confirma-se alguma falta de tacto do presidente da comissão de arbitragem da Liga, nas justificações pela indigitação de Rui Costa para o pretérito embate de Alvalade. Em verdade, escusa-se o encarregado pelas nomeações no facto de não permitir quaisquer tipo de vetos encapotados por parte de clubes.

Perante esta argumentação só podemos dar razão a todos os que genericamente apontaram a total ausência de bom senso: é que esta é uma característica que permite ao aplicador interpretar a lei da forma mais acertada, não se cingindo à sua letra. Ao mesmo tempo, é importante que fique claro que o problema não era o Sporting ter apresentado queixa contra o árbitro. É ponto assente que, isto sim, poderia consistir num veto encapotado se, cada vez que um clube apresentasse uma participação contra árbitro, este ficasse impedido de apitar o mesmo.

Aqui a situação relevante é a inversa: ao que parece, terá sido o árbitro Rui Costa a accionar o Sporting junto da Comissão Disciplinar da Liga. Foi o juiz portuense quem se sentiu lesado com o clube leonino e pediu a sua punição. Quando assim é, salta à vista do menos preparado que não é difícil descortinar aqui um conflito de posições e, lá diz o povo, cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém...

Marquês de Gondomar