Assembleia Geral

Na próxima quinta-feira decorrerá uma importante Assembleia Geral para os destinos do Clube já em clima pré-eleitoral. Julgo que a maioria dos sócios se encontra neste momento a aguardar o regresso de Miguel Ribeiro Teles à presidência... da SAD, cujo nome tem sido dado próximo da candidatura de Filipe Soares Franco.
Apesar de haver quem fale em "Projecto Roquette" julgo que o passado recente, que não a actualidade, nada teve a ver com os desígnios do ora comandante do Esporão. Em verdade, olhando para a planificação da presente temporada, sobretudo nos meses de Junho a Agosto, não vejo qualquer elo de ligação com as temporadas anteriores, sobretudo aquela em que Ribeiro Teles chegou à dobradinha. No verão passado, a então administração da sad do nosso futebol dispendeu cerca de 3 milhões de euros em Deivid ou 3,5 milhões por João Alves e Wender, só para exemplificar, não contando com as demais aquisições. Foi feito, claramente, um forte investimento atenta a participação na UCL que se antevia, ou , na pior das hipóteses, uma caminhada interessante na Taça UEFA. O certo é que de repente o Sporting se viu a braços com uma crise de resultados tendo a generalidade da crítica apontado o dedo à má planificação dos então responsáveis. Com a saída de Dias da Cunha, algumas pedras fundamentais regressaram ao clube que, graças ao mercado de Janeiro, pode recompôr o seu grupo de trabalho e está agora a lutar pela liderança, situação impensável há 2 meses atrás.
No contexto actual, o risco de mudança de dirigentes é enorme. Não tenho grande vontade de voltar ao tempo em que o presidente casava e descasava com o oporto, casava e descasava com o benfica. Ainda há um ano, muita gente aponta o célebre manifesto como a principal causa de certa equipia ter sido levada ao colo até ao dia do cotovelo do Luisão. Os mesmos que gastaram muito no defeso com poucos ou nenhuns resultados.
A pergunta que se faz agora será a seguinte: o que tem esta situação a ver com a venda de património a que se propõe o actual presidente? Simples. Os homens que lá estão agora parecem perceber um pouco mais de gestão futebolística que os antecessores. Ao mesmo tempo, apresentam o seu projecto de mudança: alienação da Clínica CUF, do Edifício Sede, do Holmes Place e do Alvaláxia. Quais as consequências imediatas? Entrada de capitais, redução do passivo e da consequente massa de juros a pagar mensalmente aos bancos parceiros. Que vantagem terá esta situação? Aparentemente, poderá permitir aquilo que todos desejamos: a entrada de um parceiro estratégico para o capital da SAD, neste momento praticamente limitado ao SCP e empresas do grupo ou demais pequenos accionistas.

É um tema para voltar nos próximos dias.

Marquês de Gondomar